A lista de pagamentos da maioria das famílias brasileiras começa com impostos, com destaque para o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores ), mensalidade e rematrícula de escolas e universidades e o material escolar. Ano novo, velhos boletos, conhecidos impostos. De acordo com o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), de 1º de janeiro até às 21 horas de ontem, dia 15 de fevereiro, o garcense já pagou R$ 4.931.952,12 em tributos.
O valor supera o alcançado neste mesmo período, mas no ano passado, quando o painel registrou R$ 4.173.295,40. Ou seja, entre um ano e outro, a arrecadação no período cresceu 18,17%.
Conforme comentado por Fábio Dias, superintendente da Associação Comercial e Industrial de Garça-ACIG, o aumento do valor arrecadado pela União, estados e municípios neste ano é resultado tanto da elevação da inflação nos preços dos bens, em um ambiente onde o sistema tributário penaliza consideravelmente o consumo, quanto do aumento mais substancial da atividade econômica.
“É um velho discurso, uma ‘briga’ antiga sobre os tributos que massacram a economia. O consumidor paga muito de tributos, mas o empreendedor também. Olha, só neste início de ano, somente em Garça, já tem esse aumento. Foram R$ 758.656,72 a mais. É algo que ninguém consegue fugir. Isso porque ainda não começamos a pagar o IPTU, que aqui na cidade, começa a vencer em março”, disse o dirigente.
No país o impostômetro registrou na primeira hora de quarta-feira, 14/2, a marca de R$ 500 bilhões, o equivalente a um aumento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano passado,
quando o painel registrou R$ 429,6 bilhões.
Do total de R$ 500 bilhões que entraram nos caixas dos governos até agora, de acordo com o Impostômetro, R$ 331,6 bilhões foram destinados à esfera Federal, R$ 137,3 bilhões para a esfera estadual e R$ 31,1 bilhões para a municipal.
Durante o ano de 2023 (de janeiro a dezembro) os garcenses contribuíram com um montante que superou em mais de R$ 1,6 milhão o total arrecadado no ano anterior.
“No ano passado nós pagamos R$ 29.135.857,79. Foram R$ 1.606.179,47 a mais que em 2022. Um aumento de 5,83% . É um aumento que não conseguimos ignorar e mostra a potência da nossa arrecadação local”, disse Dias.
Especialistas colocam que os números, que são, substanciais convidam à reflexão sobre o peso tributário enfrentado pelos brasileiros, apontando que, em média, são necessários 147 dias de trabalho para quitar suas obrigações fiscais. A magnitude dos recursos arrecadados reforça a necessidade de um debate contínuo sobre a eficiência e transparência na gestão desses recursos.
Dias acredita que neste ano, embora já haja o registro desse aumento a elevação no pagamento de impostos será menor que em 2023, por causa do ano eleitoral e devido às perspectivas de uma menor expansão na atividade econômica e de uma inflação menor.
Para o superintendente o aumento da arrecadação no ano passado teve como causas a inflação elevada – uma vez que o sistema tributário taxa fortemente o consumo – e também a expansão da atividade econômica.
“Como eu disse, o consumidor paga os impostos, muitas vezes sem perceber, já que vem embutido no preço dos produtos, mas para o empresariado em geral não tem como trabalhar sem pagar impostos. O Governo é quem mais ganha e infelizmente não retribui na prestação de serviço público da mesma forma. Sempre ficam as queixas e as expectativas de que vão aprovar, de fato, uma reforma que venha ao encontro dos anseios das classes laborais empreendedoras.