A crise hídrica é fato, e não é um fato isolado. Diversos estados brasileiros, a exemplo de São Paulo, já sentem os reflexos da maior crise dos últimos 91 anos. Somente a chuva pode aumentar a situação dos reservatórios.
Sem previsão de fortes chuvas até setembro, o sistema de abastecimento de água de Garça já atingiu sua capacidade limite. Para se ter ideia da realidade local, em junho choveu 78,1 milímetros de chuva, 22% a menos que no igual período do ano passado. Em julho, foram 5,7 mm, queda de 42% se comparado a 2020. Em agosto do ano passado choveu 97,1 mm. Este ano, ainda não choveu uma gota sequer.
Na região centro oeste do estado municípios como Bauru e Salto já adotaram o sistema de rodízio como saída para manter o abastecimento, ainda que de forma precária.
Em Garça o SAAE tem trabalhado no enfrentamento da crise com o que chama de “operação estiagem”.
A situação é crítica. Para evitar que falte água no município, além da setorização da cidade que vai possibilitar o controle da distribuição de água pelo município, evitando que alguns pontos da cidade tenham água e outros não, até setembro o SAAE estará captando, ainda que de forma emergencial, a água do Sistema Aquífero Guarani, com aluguel de bomba e de gerador para funcionamento do poço tubular profundo.
No entanto, atrelado a isso, é muito importante que a população também faça sua parte, colocando em prática lições de casa para o consumo consciente e racional da água. Chegou a hora de fechar as torneiras, de economizar.
Infelizmente, conforme ressaltou o diretor do SAAE, André Pazzini Bomfim, na contramão da “operação estiagem” e de todos os esforços empreendidos, existem situações que fogem do controle da autarquia, como furtos dos cabos de energia elétrica, de painel de controle, queda de energia e vazamentos de esgoto que comprometem todo um sistema de abastecimento. “Vivemos, além da crise hídrica, uma crise social. Cada vez que um cabo é furtado, todo o sistema se desestabiliza. O momento é crítico! A crise hídrica é uma realidade e nos coloca em alerta, mas contamos com a colaboração de todos para passarmos por ela da melhor maneira possível”, concluiu.